quarta-feira, 14 de março de 2012

A Invenção de Hugo Cabret


Titulo Original: Hugo

Gênero: Aventura, Drama e Mistério
Duração: 127 min.
Origem: Estados Unidos
Estreia: 17 de Fevereiro de 2012
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: John Logan e Brian Selznick
Distribuidora: Paramount Pictures
Censura: 10 anos
Ano: 2011

A Invenção de Hugo Cabret conta a história de um órfão vivendo uma vida secreta nas paredes de uma estação de trem em Paris. Com a ajuda de uma garota excêntrica, ele busca a resposta para um mistério que liga o pai que ele perdeu recentemente, o mal humorado dono de uma loja de brinquedos que vive abaixo dele e uma fechadura em forma de coração, aparentemente sem chave.

CRÍTICA

Baseado no romance do escritor Brian Selznick, A Invenção de Hugo Cabret (Hugo – 2011) é uma produção assumidamente pessoal do diretor Martin Scorcese (Touro Indomável).

No começo da década de 1930, Hugo Cabret (Asa Butterfielf) é um menino de 12 anos e mora com o pai (Jude Law) em Paris. Um acidente acaba matando o seu pai, fazendo com que o jovem passe a viver com o seu tio, Claude (Ray Winstone), um repugnante bebado que controla os relógios na estação de trem Gare du Nord.
Seu tio desaparece, deixando Hugo sozinho, vivendo clandestinamente entre as paredes dessa estação. Enquanto cuida dos ponteiros dos relógios, aproveita para ir “conseguindo” peças para consertar um robô misterioso, só que como todo conto, sempre falta “aquela” peça para que as engrenagens comecem a funcionar. E a tal peça é uma chave em formato de coração.
Numa de suas desventuras, acaba sendo pego por Papa Georges/ Georges Mieles (Ben Kingsley), dono de uma loja de brinquedos. Ao revistar o garoto, Georges acaba tendo acesso a um caderninho com diversos desenhos, ao folhar, vê imagens que o deixa assustado por mexer em algo que para ele estava enterrado no passado.
A relação entre Hugo e Georges é bem tempestiva, mas nada se comparado ao que ele tem com o Inspetor Gustav (Sacha Baron Cohen), um daqueles caras que precisam mostrar serviço, mas por ser estabanado e um tanto confuso, acaba por vezes sendo dominado pelo seu próprio cachorro.
Hugo acaba conhecendo Isabelle (Chloë Grace Moretz), afilhada de Georges, que se mostra útil e que pode ajudá-lo muito mais do que apenas conseguir o seu caderninho de volta.
Assim como o protagonista, Martin Scorcese é também um fascinado e amante pela preservação de filmes clássicos – o produtor criou a “The Film Foundation”, uma entidade responsável pela restauração de cerca de 500 filmes de diversos cineastas como Hitchcock, Capra, Kazan e Gláuber Rocha.
A produção não é apenas um espetáculo de imagens belas, mas um atestado da devoção de um dos maiores cineastas moderno à história da sétima arte, que se vê um pouco na figura inocente do personagem central, como um jovem espectador ao descobrir as ilusões e transformações mágicas que acontecem em uma sala cinematográfica quando as luzes se apagam. Mesmo que por vezes o filme caia um pouco em uma nostálgia cansativa, é um bela homenagem e aceitar o convite que um dos personagens faz para "seguir seus sonhos" é uma experiência surpreendente.

Por Jean Garnier



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